quinta-feira, 11 de outubro de 2012

vídeos...

Esses são alguns vídeos que achei interessante enquanto procurava algo para meu entreterimento nas noites de tédio... 
O 1º é um documentário muito bom sobre Jung, o pai da psicologia analítica. O 2º um filme clássico sobre Freud (Freud Além da Alma), vi pela primeira vez na faculdade e daí então me apaixonei pela psicanálise! O 3º é um programa   sobre a existência ou não de Deus, e os argumentos para o debate vêem do ateísmo de Freud vs o cristianismo de C.S. Lewis... muito bom! O 4º é um atendimento de Perls, criador da Gestalt-Terapia. O 5º aborda a criação da psicanálise e por fim, o 6º é sobre um caso clínico de Carl Rogers. Espero que gostem! 






















segunda-feira, 10 de setembro de 2012

suplício romântico...

















Sentado no banco da praça
Esperando esvair uma vida devassa
Dedicada ao amor
Pois já não me resta nada
Além das inúmeras farpas
Que o tempo não apagou
Já não tenho mais vícios
Por outro veneno fui corroído
Deglutido ainda vivo
De uma praga que fui servo
O fogo do inferno é apenas uma metáfora
Uma analogia das chamas que consomem a alma
Dos desavisados que se atrevem amar

E o que diria eu dos reencarnacionistas?
Acreditam que já não basta penar nessa vida
Somos condenados a amar além dela
De joelhos ainda rotos
Esfolados pelo desgosto
De se humilhar por quem se ama
Antes andar embriagado
Vender minha alma ao diabo
Do que ficar a ermo de um sentimento cortante
Prefiro o viver aprisionado
Do que a liberdade de um ser faltante
Que sofre da mania mais irritante
De criar paixões vãs...

De que adianta passar pela terra
E por fim ser comido por ela
Sem ter uma ponta de esperança
Que deixou ao menos uma tênue lembrança
Em alguém que um dia fez parte de você
E assim poderia apodrecer em paz
E na minha lápide diria: “aqui jaz...
... um coração sem dores.”
E contaria aos vermes decompositores
Que esse peito aberto e carcomido
Que agora exala pútridos odores
Já foi o reduto das mais intensas paixões
E dos mais puros dos amores!


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Trilha sonora do acaso



É tarde da noite
Busco a saída
Procuro uma trilha
Uma trilha sonora
Busco uma vida
Uma vida lá fora

Procuro a trilha sonora
Para uma história promíscua
Sem curvas, retilínea
Uma história sem glórias
Mas ainda assim muito minha (ao menos isso...)

Há chuva lá fora
Mas as goteiras ainda estão aqui dentro
Me lembrando o quanto é frio o momento
De estar escrevendo... para ninguém!
Dou uma pausa, falo sozinho, bebo uma água
 
É estranho, às vezes, a inversão de papéis
Ficar parado, entre vírgulas, reticente...
Uma sentença sem enunciado
Intransitivo, sem complemento
Vazio, fosco, opaco, posto de lado
Apenas vivendo...
Fazendo apostas comigo mesmo
Pra ver quem de nós dois ganha no desespero, no grito, no erro alheio
É incrível, mas eu sempre perco!

Fico sentado fico assistindo
Os mesmo programas, falando da cura
Do sucesso pessoal, ironia da madrugada
Reprises do drama cotidiano
Que tanto nos encanta
Se não não estaríamos tão atentos
Mesmo sendo para zombar (de nós ou dos outros?! nunca se sabe.)
E nas noites de tédio eu aprendi 
Que ainda se acredita muito no acaso
Como se fosse fácil a solução do complexo
Como se escrever um nome no papel mudasse algo
Fórmula moderna da salvação instantânea
Os problemas se tornaram tão dissolúveis
Quanto seus donos, por isso estou aqui
Sem forma, sem honra, sem ilusão
Para me tornar íntegro e integrado
Tão certo e preciso quanto um simples jogo de dados

quarta-feira, 27 de junho de 2012

simplesmente Buskowski...

A moda "cult" nas redes sociais por um tempo foi citar frases de Caio Fernando de Abreu. Não tenho nada contra ele, até gosto de algumas coisas que ele escreveu. Mas se fosse pra dar uma de intelectual no facebook, eu preferiria citar o grande Bukowski. Seus relatos e escrita "agressiva", chocante para os estômagos mais fracos. Um subversivo contemporâneo.





"O amor é uma espécie de preconceito. A gente ama o que precisa, ama o que faz sentir bem, ama o que é conveniente. Como pode dizer que ama uma pessoa quando há dez mil outras no mundo que você amaria mais se conhecesse? Mas a gente nunca conhece."

"há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica aí dentro,
não vou deixar
ninguém ver-te.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu despejo whisky para cima dele
e inalo fumo de cigarros
e as putas e os empregados de bar
e os funcionários da mercearia
nunca saberão
que ele se encontra
lá dentro.
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado duro para ele,
e digo, fica escondido,
queres arruinar-me?
queres foder-me o
meu trabalho?
queres arruinar
as minhas vendas de livros
na Europa?
há um pássaro azul no meu coração
que quer sair
mas eu sou demasiado esperto,
só o deixo sair à noite
por vezes
quando todos estão a dormir.
digo-lhe, eu sei que estás aí,
por isso
não estejas triste.
depois,
coloco-o de volta,
mas ele canta um pouco lá dentro,
não o deixei morrer de todo
e dormimos juntos
assim
com o nosso
pacto secreto
e é bom o suficiente
para fazer um homem chorar,
mas eu não choro,
e tu?"

"Mulheres: gostava das cores de suas roupas; do jeito delas andarem; da crueldade de certas caras. Vez por outra, via um rosto de beleza quase pura, total e completamente feminina. Elas levavam vantagem sobre a gente: planejavam melhor as coisas, eram mais organizadas. Enquanto os homens viam futebol, tomavam cerveja ou jogavam boliche, elas, as mulheres, pensavam na gente, concentradas, estudiosas, decididas: a nos aceitar, a nos descartar, a nos trocar, a nos matar ou simplesmente a nos abandonar. No fim das contas, pouco importava; seja lá o que decidissem, a gente acabava mesmo na solidão e na loucura."

"Nunca me senti só. Gosto de estar comigo mesmo. Sou a melhor forma de entretenimento que posso encontrar.”

"Me sinto bem em não participar de nada. Me alegra não estar apaixonado e não estar de bem com o mundo. Gosto de me sentir estranho a tudo..."

"Andava com mania de suicídio e com crises de depressão aguda; não suportava ajuntamentos perto de mim e, acima de tudo, não tolerava entrar em fila comprida pra esperar seja lá o que fosse. E é nisso que toda a sociedade está se transformando: em longas filas à espera de alguma coisa. Tentei me matar com gás e não consegui. Mas tinha outro problema. Levantar da cama. Sempre tive ódio disso. Vivia afirmando: "as duas maiores invenções da humanidade foram a cama e a bomba atômica; não saindo da primeira, a gente se salva, e, soltando a segunda, se acaba com tudo". Acharam que estava louco. Brincadeira de criança, é só disso que essa gente entende: brincadeira de criança - passam da placenta pro túmulo sem nem se abalar com este horror que é a vida.

Sim, eu odiava ter que me levantar da cama de manhã. Significava que a vida ia recomeçar e depois que se passa a noite inteira dormindo cria-se uma espécie de intimidade especial que fica muito mais dificíl de abrir mão. Sempre fui solitário. Você vai me desculpar, creio que não regulo bem da cabeça, mas a verdade é que, se não fosse por uma que outra trepadinha legal, não me faria a mínima diferença se todas as pessoas do mundo morressem. É, eu sei que isso não é uma atitude simpática. Mas ficaria todo refestelado aqui dentro do meu caracol. Afinal de contas, foram essas pessoas que me tornaram infeliz. "

domingo, 24 de junho de 2012

Duplo Vínculo (palavras do inconsciente...)


DUPLO VÍNCULO

Sentado nas escadas, debatendo sobre a vida
Você me contando suas novas mentiras
Feitas pra lhe estruturar
Puras fantasias de contos de fadas
Você fala muito, mas nunca me diz nada
O que você pensa nunca ousei perguntar
O que você é, é o que nunca ousou falar
Nos tornarmos o não-dito, um duplo vínculo
O que ficou selado, calado, enterrado
Recalcado, velado, o mal-dito
Que não está em nenhum livro
O que talvez alguma poesia um dia poderá citar
O que não quis escapar é o que mais faz parte de mim
O que resolveu ficar é o que me aprisiona aqui
Palavras são cuspidas uma a uma para fora da barreira
Mas elas sempre tentam voltar, assim como os sonhos
Um a um apagados da lembrança, cada detalhe da infância
De volta à escuridão, guardadas a flutuar
Certas coisas nunca devem se iluminar
Sua história sempre é a historia de alguém
Que esperneia, desespera, nunca se cala
Mas também nunca fala o que deveria dizer
A quem mais precisa ouvir... é você!

quinta-feira, 21 de junho de 2012

O Estruturalismo, A "morte do homem" e O "Anti-Existencialismo"


Esse texto é sobre uma das correntes filosóficas que por acaso descobri um dias desses lendo um livro de história da filosofia. Muitas de minhas idéais corroboram com a essência dessa linha de pensamento. Principalmente sobre a psicanálise lacaniana que eu não gostava muito, mas que estou lendo muito ultimamente. (Ps: Considero ser sempre bom ler algo que aparentemente não se gosta, porque ou você fortalece a idéia que realmente aquilo não lhe apraz e não ficar só num achismo superficialista ou mudar de idéia e quem sabe até concordar com as idéias apresentadas, ou até mesmo não gostando, poder retirar o que se achar de relevante no texto lido e assim conhecer algo novo e acrescentar um novo conhecimento, evoluir-se intelectualmente.)

O ESTRUTURALISMO

Trata-se precisamente dos usos elaborados por pensadores como Levi-Strauss, Althusser, Foucault e Lacan, que, voltando-se contra o existencialismo, o subjetivismo idealista, o humanismo personalista, o historicismo e o empirismo grosseiramente factualista (com todo o terror que ele tem pela "teoria"), deram origem a um movimento de pensamento, ou melhor, a uma atitude, precisamente a atitude estruturalista, apresentando soluções bem diferentes (das propostas pelas filosofias citadas) para urgentes problemas filosóficos relativos ao sujeito humano ou "eu" (com sua pretensa liberdade, sua pretensa responsabilidade e seu pretenso poder de fazer a historia) e ao desenvolvimento da historia humana (e seu pretenso sentido).

Em poucas palavras, os estruturalistas pretenderam inverter a direção em que andava o saber sobre o homem, decidindo destronar o sujeito (o eu, a consciência ou o espírito) e suas celebradas capacidades de liberdade, autodeterminação, autotranscendência e criatividade em favor de "estruturas" profundas e inconscientes, onipresentes e onideterminantes, isto é, de estruturas onívoras em relação ao "eu". E isso a fim de tornar cientificas as "ciências humanas".

Desenvolvendo-se na França a partir da década de 1950, o protesto estruturalista teve como alvo mais imediato o existencialismo, cujo humanismo (com o papel primário que ele atribui ao eu "condenado a ser livre" e criador de historia) é logo acusado, entre outras coisas, de n5o ser nada cientifico, antes, pelo contrario, de ser completamente refratário a toda uma serie de resultados científicos que proclamam inequivocamente a falsidade da imagem do homem construída pelo humanismo existencialista, transmitida e defendida por todo espiritualismo e por qualquer idealismo.

Desse modo, o estruturalismo configura-se como a filosofia que pretende erigir-se com base em nova consciência cientifica (lingüística, econômica, psicanalítica etc.) e que, por seu turno,
traz a consciência da redução da liberdade em um mundo sempre mais "administrado" e "organizado": ele é a consciência dos condicionamentos que o homem descobre e - digamos - dos obstáculos que talvez ele próprio criou para si e cria no caminho de sua iniciativa livre e criadora.

Para sintetizar, podemos dizer que, para o estruturalismo filosófico, a categoria ou idéia de fundo não é o ser, mas a relação; não é o sujeito, mas a estrutura. Os homens não tem significado e "não existem" fora das relações que os instituem, os constituem e especificam seu comportamento. Os homens, os sujeitos, são formas e não substâncias.

O humanismo (e "o existencialismo é um humanismo" - como dizia Sartre) exalta o homem, mas não o explica. O estruturalismo, ao contrario, pretende explicá-lo. Mas, explicando-o, o estruturalismo proclama que o homem está morto.

Retirado de: REALE, Giovanni; ANTISERI. Historia da filosofia, vol. 7 de Freud a atualidade.

segunda-feira, 30 de abril de 2012

da mágoa que move moinhos...




TODO AMOR

Tenha sua dose de amor próprio
Enquanto cospe um pouco de orgulho no copo
E essa paixão pela auto-depreciação é fascinante
Enche os olhos de lágrimas, muda meu dia
Descubra que o que realmente vale a pena amar
Sempre volta pra te assombrar, se desculpar e mentir um pouco mais
E é obrigatório ajudar, pra não postergar, botar ponto final
Abra o peito para a gratidão e o conseqüente peso da insatisfação
E toda a vaidade incongruente com os bons costumes
Deve deixar cair, para revelar as melhores oportunidades
Por que tanta relutância a desistir?
Por que se rebelar ao fato de se despir?
Jogar as defesas ao chão
Está tão claro aqui, que até percebo um mapa dentro de ti
Mostrando as estradas das frustrações
Que te trouxeram mais pra perto, de mim e do abismo
Essas estradas, não te ensinaram nada
Além de tristezas encobertas em trincheiras rasas?
Venha aos meus braços, um beijo em minha testa
Como bons amigos ou antigos colegas
E quando amanhecer já pode fugir, se esconder
Já apaguei todos os seus rastros e marcas no corpo
E não guardarei nenhuma mágoa, nem lembrança dessa vez
Tudo tão frio, é assim que deve ser
Não vou dar brechas para me arruinar e botar tudo a perder


"Raiva ainda é eufemismo pro que estive sentindo..."



RUÍNAS ANTIGAS

Não podemos nos excluir do que está lá fora
Ao passado, não dá pra ser indiferente
Faz parte de nós
Pra que acreditar que o trauma 
Não irá ressuscitar novas inquietações
É só mais uma ingênua trama neurótica
Só em pensar que dá pra criar um mundo aqui dentro
Que ninguém possa nos atingir, afligir
Mas lembre-se da vez que você abriu a porta
E a fortaleza se desfez em ruínas
Como pragas invadindo os cômodos
Corroeram nossos planos e todos os aposentos
Eram promessas tolas, mas ainda assim, tão nossas
Sussurrar ao vento nossas glórias
Trouxeram as fraquezas, nosso cavalo de Tróia
Desmancharam todas nossas defesas
Mágoas passadas ainda movem moinhos e farpas
Movem montanhas, emoções e sentimento de raiva
Momentânea, mas ainda recorrente
Talvez haja objetivo em esquecer
Em cumprir metade do plano
Mas pedir ajuda assim não é muito eficaz
Um sorriso nos lábios e estratégias de destruição
Já até consigo discernir as dissimuladas pretensões
Todas as falsas informações, implantadas, feitas pra confundir

"Eu sei que da raiva à mágoa deve haver algum tipo de evolução..."

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Orquídeas


Eu sei que o amor soa como uma eletrocussão
E em seu estômago borboletas dançam
Como se flores colapsassem ao seu redor
E então tudo vira a praga do ano
E em um minuto todos os elos se ligam
E se entrelaçam como cadarços aos seus pés
Que você nunca vai tocá-los, nem amá-los
Como deveria, como você prometeu um dia



Eu sempre quis ir para casa
Mas o jantar nunca ficou pronto para me deixar ir
Meu funeral não pode durar tanto assim
Não dessa vez, apesar de tudo está quieto
Eu escrevi sobre amor em meus braços
E sobre seu envolvimento com qualquer tipo canibalismo moderno
Eu pus até fogo em meu corpo
Pedi álcool e fósforo até queimar o céu
E lá vi corpos de fênix pelo chão
Pintei a dedo, uma a uma, com tinta guache e marca-texto
E logo eu que até acreditei em ressurreição
Logo hoje eu descobri que os Elísios não são para mim...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

algo na madrugada...

Estava ouvindo umas músicas que nem tinham a ver com o tema e "do nada" veio a inspiração agora na madrugada... (não é para parecer profundo, poético, nem nada... apenas cru e direto! apesar dos clichês, é o que estou sentindo e querendo expressar agora... sei lá porque! rsrs)










TEORIAS E EXPLANAÇÕES

"Todos os livros que eu li
Nenhum me disse nada sobre você
Como eu poderia te entender
Como eu poderia te vencer
Tantas teorias implícitas e vazias
Tantas manchas em minha língua
Das palavras silenciadas
Devoradas pela fúria da hesitação
E a mágoa continua
Mas agora escondida
Embutida em cada passo
Consumindo nossos atos
Mas não me fez aflito
Pois ainda estou sorrindo
E sei que ainda vou ter a chance de cuspir
Tudo em sua face de uma só vez..."

 
O IMPACTO

"Não estrague o momento
Estou tentando buscar uma desculpa pra te defender
Fingir que esse mal que me fez
Tenha uma razão e um porque
Algo que mantenha sua imagem intacta
Ou pelo menos um pouco menos manchada
Algo que me conforte
Que escoe a realidade fria
E a torne mais fácil de engolir, doce ao paladar
E no fim não me incite a te destruir
Te tirar mais uma vez de mim
Não me obrigue a sufocar do pouco que ficou
Um câncer não se desfaz assim
Ao menos sem anestesia
Perdão é uma palavra linda
Mas não é tão simples como se diz
No dia da revanche, ao ver suas lágrimas
Talvez eu alegue legítima defesa
Eu tinha apenas uma faca, mas você várias palavras
Tão duras como o que teu peito guarda
Quem empurrou quem do abismo então?
Quem se fez de vítima para sair imune da situação?
Você semeou dor e quis colher perdão?"

domingo, 15 de abril de 2012

Ensaios... (intermináveis...)

Esses são alguns textos, frases, tentativas de poesia e letras de músicas minhas, que nunca tiveram completude, assim como eu: vazias... lacunais... incompletas...

A FLOR DA PELE

"Me transmuto em mil corpos
Mas continuo sem forma
Sem identidade, sem lugar
Procuro meu rumo
Fantasiando com horror
E prazer entre os ratos..."

SUBLIME

"Sublimo amores, pois não mais os tolero em mim
Jogo na arte o que não posso sentir..."
   
 
EFEITO

"O seu bater de asas causou uma tempestade
Em mim, em você, em todos nós
Estou sentindo os primeiros ventos de um furação
Então é melhor encontrar um novo abrigo
Com um coração que bata sem que você faça-o parar
Sem que você o faça sangrar..."


PRECE
"Hoje vou gastar mais uma prece
Poderia usá-la com quem merece
Mas tenho que me defender... de ti!"


LERNA

"Me acordei em outro lugar
Precisando cauterizar feridas
Mas sem amigos pra ajudar
Com alguma tocha pra acender
Algo que faça queimar

Mas pra que tanta pressa
Se ainda há muitas cabeças a rolar
Mas pra que desespero
Se já sabíamos que não podíamos ganhar"


CARDÍACO

"Essa dor... Não, isso não é uma parada cardíaca, é apenas amor..." 




 



Conformidade e Persuasão (Psicologia Social)


Esse post é parte de um trabalho sobre psicologia social que eu fiz pra faculdade. Como achei muito interessante ter estudado sobre o tema disposto, resolvi compartilhar o conhecimento...

Conformidade e persuasão*
Um dos fenômenos que mais comumente ocorrem no relacionamento interpessoal é o fenômeno de influência social. Aliás, todos os fenômenos estudados pela psicologia social envolvem, de uma forma ou de outra, algum tipo de influência social. Aronson, Wilson e Akert (2007) dizem que influência social constitui a essência da Psicologia Social. Constantemente estamos tentando influenciar outras pessoas e sendo por elas influenciados. Nossas atitudes derivam muitas vezes de influências de outros significantes e são às vezes mudadas devido a persuasão de que somos alvo. De fato, influenciamos e somos influenciados com freqüência, às vezes com a intenção de fazê-lo e, outras vezes, servindo de referencia positiva (ou negativa) para outras pessoas e as influenciando sem perceber. Zajonc (1968) define a psicologia social como sendo “o estudo da dependência e a interdependência entre as pessoas”. Em outras palavras, a psicologia social estuda a influência recíproca entre as pessoas. Quando falamos em conformidade e persuasão estamos nos referindo ao fato de uma pessoa induzir outra a comportar-se de uma determinada maneira. Isso não é a mesma coisa que mudança e atitude, uma vez que uma mudança de atitude implica numa mudança interna e não apenas comportamental.

Táticas utilizadas para persuadir as pessoas

Robert Cialdin (1993) nos apresenta uma série de táticas utilizadas para persuadir as pessoas:
A tática ou técnica do "um pé na porta" (foot-in-the-door technique) - Muito freqüentemente vendedores oferecem presentes aos consumidores a fim de que eles aceitem e o deixem falar sobre seu produto. Uma vez com "um pé na porta", o vende dor então inicia a tentativa de persuasão destinada a vender o produto ou o serviço que, oferece. Esta tática tem a vantagem de fazer o recebedor da comunicação persuasiva; predisposto a aceitar bem o vendedor (em virtude do presente recebido) e, principalmente de ser ouvido. Qualquer forma de atrair a pessoa alvo da influencia a fim de permitir que o influenciador inicie sua tentativa de influência se enquadra nesta técnica.
A tática ou técnica da "bola baixa" (low-ball technique) - Aqui o persuasor começa solicitando algo que leve a uma fácil adesão, passando depois para a apresentação de outras ações que se seguem a adesão inicial. Por exemplo, Cialdini et al. (1978) recrutaram sujeitos para participarem de um experimento. O experimentador descreve o experimento de forma atraente e, apos obter o compromisso da pessoa contatada para participar como sujeito de seu experimento, disse: “muito bem, então conto com você amanhã, na sala X do prédio Y... às 7 horas da manha". O anúncio da hora do experimento (aspecto desagradável) foi omitido de propósito, só sendo revelado posteriormente, quando já seria mais difícil para a pessoa recusar, face ao compromisso as sumido antes de saber desta característica negativa.
A tática ou técnica da "porta na cara" (door-in-the-face technique) - Esta técnica consiste em fazer a uma pessoa um pedido que certamente será negado (porta na cara), para em seguida fazer o pedido que a pessoa realmente deseja, o qual é muito mais modesto que foi rejeitado. Por exemplo: um menino, que precisa de dois reais para comprar balas, pede a sua mãe 50 reais para comprar balas. Sua mãe obviamente lhe nega. Ele então diz: "Esta bem, 50 é muito mesmo; será que você pode me dar então dois reais?" Esta técnica tem a sutileza de mostrar que a pessoa que quer persuadir a outra (no caso do exemplo, o menino), e compreensiva e flexível, portanto, aceita a negativa inicial; isto, por sua vez, pressiona a pessoa alvo da influencia (no caso em pauta, a mãe) a mostrar a mesma compreensão (e ate a se sentir culpada se disser que não) e não lhe negar agora um pedido razoável. As indefectíveis "listas de natal", elaboradas por carteiros, lixeiros e outros prestadores de serviços na época em questão, costumam ser encabeçadas por ilustres desconhecidos que sempre fazem doações de uma generosidade acima do normal; mas o mecanismo subjacente e o mesmo utilizado no exemplo anterior (menino x balas x mãe): pedir 10 X para ganhar o inicialmente desejado.
Contraste perceptivo - Estudos sobre percepção visual nos mostram que, por exemplo, a cor cinza vista contra um fundo preto e percebida como mais clara do que o mesmo cinza quando colocado contra um fundo branco. De igual modo, uma mesma situação pode ser percebida de forma distinta, dependendo de onde ela esteja inserida. Se uma pessoa quebra um braço no acidente de automóvel onde os demais passageiros morreram, o braço quebrado e visto como algo insignificante; o mesmo não acontecera se uma pessoa escorregar e quebrar um braço enquanto passeando com outras na calçada. O contraste perceptivo e utilizado como tática de influencia social quando, por exemplo, um vendedor, interessado na venda de um determinado produto, mostra ao cliente vários outros muito inferiores antes de mostrar o que quer vender. Tendo como fundo os inferiores, o produto que o vendedor quer vender assume características muito mais atraentes.
Reciprocidade – Se fazemos um favor a outrem, isto nos dá, de certa forma, o direito de solicitar favor igual no futuro. Por exemplo, se eu ajudo um amigo a trocar um pneu furado, caso eu venha a ter um pneu furado e ele esteja perto, eu posso dizer: "ajude-me a trocar o pneu porque eu lhe ajudei em outra ocasião". A solicitação de reciprocidade constitui uma forma de influenciar o amigo a ajudá-lo na troca de pneu.
Tecnologia Social - Uma das estratégias usada pela tecnologia social e a de induzir a estados de dissonância através da provocação de reatância psicológica. Esta e produzida através da tentativa de impor certas atitudes ou crenças sobre as pessoas. Tentando impor o oposto do que se quer obter, canalizam se as forcas de reatância psicológica na direção desejada.

*Referências Bibliográficas:
 RODRIGUES, Aroldo; ASSMAR, Eveline Maria Leal; JABLONSKI, Bernardo. Psicologia social. 27. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.


sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Identificar-se



A Identificação segundo a Psicanálise

"Diremos que um sujeito se identifica com alguém ou alguma coisa quando ele se confunde com esse alguém ou essa coisa, quando ele vai até o outro para assimilá-lo e assimilar-se a ele, até torna-se idêntico."

"..."identificar-se" é um movimento em direção ao outro, uma necessidade de absorvê-lo, de comê-lo ou até devorá-lo."

"... a identificação é o movimento ativo e inconsciente de um sujeito, isto é, o desejo inconscientes de um sujeito apropria-se dos sentimentos e fantasias inconscientes do outro."

"...identificar-me com o outro, assimilá-lo e deixar-me assimilar por ele, é exatamente amá-lo."

"...a resposta da psicanálise é muito clara: somos feitos de todas as marcas que deixam em nós os seres e as coisas que amamos fortemente agora ou que amamos fortemente no passado e às vezes perdemos. Isto é os seres e as coisas com os quais nos identificamos.Então quem sou eu? Sou a memória viva daqueles que amo hoje e daqueles que amei outrora e depois perdi. A identificação é aquilo que faz amar e ser o que sou."
 
J.-D. Nasio (O Prazer de Ler Freud)