Esse texto é sobre uma das correntes filosóficas que por acaso descobri um dias desses lendo um livro de história da filosofia. Muitas de minhas idéais corroboram com a essência dessa linha de pensamento. Principalmente sobre a psicanálise lacaniana que eu não gostava muito, mas que estou lendo muito ultimamente. (Ps: Considero ser sempre bom ler algo que aparentemente não se gosta, porque ou você fortalece a idéia que realmente aquilo não lhe apraz e não ficar só num achismo superficialista ou mudar de idéia e quem sabe até concordar com as idéias apresentadas, ou até mesmo não gostando, poder retirar o que se achar de relevante no texto lido e assim conhecer algo novo e acrescentar um novo conhecimento, evoluir-se intelectualmente.)
O ESTRUTURALISMO
Trata-se precisamente dos usos
elaborados por pensadores como Levi-Strauss, Althusser, Foucault e Lacan, que,
voltando-se contra o existencialismo, o subjetivismo idealista, o humanismo personalista,
o historicismo e o empirismo grosseiramente factualista (com todo o terror que
ele tem pela "teoria"), deram origem a um movimento de pensamento, ou
melhor, a uma atitude,
precisamente a atitude
estruturalista, apresentando soluções bem diferentes (das propostas pelas filosofias
citadas) para urgentes problemas filosóficos relativos ao sujeito humano ou "eu"
(com sua pretensa liberdade, sua pretensa responsabilidade e seu pretenso poder
de fazer a historia) e ao desenvolvimento da historia humana (e seu pretenso sentido).
Em poucas palavras, os
estruturalistas pretenderam inverter a direção em que andava o saber sobre o homem, decidindo destronar o
sujeito (o eu, a consciência ou o espírito) e suas celebradas capacidades de
liberdade, autodeterminação, autotranscendência e criatividade em favor de "estruturas"
profundas e inconscientes, onipresentes e onideterminantes, isto é, de estruturas
onívoras em relação ao "eu". E
isso a fim de tornar cientificas
as "ciências
humanas".
Desenvolvendo-se na França a
partir da década de 1950, o protesto estruturalista teve como alvo mais
imediato o existencialismo, cujo humanismo (com o papel primário que ele
atribui ao eu "condenado a ser livre" e criador de historia) é logo
acusado, entre outras coisas, de n5o ser nada cientifico, antes, pelo
contrario, de ser completamente refratário a toda uma serie de resultados científicos
que proclamam inequivocamente a falsidade da imagem do homem construída pelo
humanismo existencialista, transmitida e defendida por todo espiritualismo e
por qualquer idealismo.
Desse modo, o estruturalismo
configura-se como a filosofia que pretende erigir-se com base em nova consciência
cientifica (lingüística, econômica, psicanalítica etc.) e que, por seu turno,
traz a consciência da redução da
liberdade em um mundo sempre mais "administrado" e
"organizado": ele é a
consciência dos condicionamentos que o homem descobre e - digamos - dos obstáculos que talvez ele próprio
criou para si e cria no caminho de sua iniciativa livre e criadora.
Para sintetizar, podemos dizer
que, para o estruturalismo filosófico, a categoria ou idéia de fundo não é o
ser, mas a relação; não é o sujeito, mas a estrutura. Os homens não tem significado e
"não existem" fora das relações que os instituem, os constituem e
especificam seu comportamento. Os homens, os sujeitos, são formas e não substâncias.
O humanismo (e "o
existencialismo é um humanismo" - como
dizia Sartre) exalta o homem, mas não o explica. O estruturalismo, ao contrario, pretende explicá-lo.
Mas, explicando-o, o estruturalismo proclama que o homem está morto.
Retirado de: REALE, Giovanni; ANTISERI. Historia da filosofia, vol. 7 de Freud a atualidade.
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